Crianças são seres que já nascem com espírito de liberdade e com muita energia para gastarem nas atividades diárias, como correr, brincar, se divertir. E é justamente por isso que a descoberta de um problema na visão na criança é um dos momentos mais tensos para os pais. Mas saiba que, além de um tratamento médico indicado para cada caso, é possível ajudar com estímulos e brincadeiras infantis. Às vezes, diante do problema visual, você também encontra a possibilidade de melhorar a visão do seu filho de modo lúdico e divertido.
O diagnóstico precoce
Se você é parente ou educador de uma criança que apresente qualquer dificuldade na visão ou até dificuldade no aprendizado, é indicado que procure um oftalmologista o quanto antes. Não são raros os casos de pais que levam seus filhos ao consultório sem nem saberem que os pequenos têm algum problema e saem com graus, ou outros tipos de tratamentos oculares, até mesmo cirúrgicos. O importante neste momento é passar segurança, deixar a criança tranquila de que existe tratamento e que as brincadeiras também podem e devem fazer parte da rotina.
Jogos e brincadeiras infantis que melhoram a visão
É fundamental colocar em prática esses exercícios na época inicial, quando tudo está começando. Lembrar que estamos falando de crianças com menos de 12 anos, com organismos que se desenvolvem muito rápido. É preciso usar isso a favor deles. E claro, é imprescindível nunca deixar o tratamento médico convencional, ir às consultas e sempre estar em dia com seu oftalmologista. Fazer tudo caminhar junto, tratamento natural e tratamento convencional.
São vários exercícios que você pode praticar com os pequenos, mas o mais importante é conseguir transformar isso em algo menos complicado. Transformar tudo em brincadeiras infantis. Usar brinquedos. Fazer com que o tratamento faça sentido para ela, e transformar tudo em algo que a criança vai querer participar. Não deixar que aquilo seja só uma estimulação ou um exercício, mas sim torná-los brincadeiras.
Brincadeiras com bola são excelentes
Para bebês use brinquedos coloridos, visualmente interessantes e que possam fazer com que elas interajam. Coisas que eles possam tocar, sentir. Brinquedos que estimulem seus sentidos, com textura, fazendo barulho e chamando a atenção visual pelas cores e brilhos.
Aqui um ponto importante: procurar ir para o ar livre. Sim, luz natural! Existem pesquisas que apontam que crianças precisam passar de duas horas e meia a três horas por dia sob a luz natural, desenvolvem menos miopia, por exemplo. Brincadeiras com bola ao ar livre são excelentes. Você pode estimular os reflexos, a visão periférica, estimular os olhos ao longe apenas com uma bola!
Nos dias de hoje, onde estamos muito dentro de apartamentos e com as escolas fechadas, pode não ser uma tarefa tão fácil, mas é necessário fazer um esforço. Não são necessariamente três horas seguidas, e nem debaixo do sol direto, mas só de estar a sombra de uma árvore, por exemplo, a iluminação intensa do dia já ajuda bastante. Separe, um pouco de manhã e depois um pouco da tarde. Isso é bom até para que elas percebam as nuances das cores, do amanhecer ou entardecer.
Incentive as crianças a correrem pelo ar livre, estimule que elas fiquem longe de você, que foquem longe, fazendo olharem à distância. As pipas são ótimas pra isso. Elas estimulam muito a visão da criança. E mais ainda, crianças precisam de expressão corporal, movimento, correr, escalar, tudo isso fazendo com que a circulação sanguínea flua melhor e, consequentemente, melhore a visão.
Já no caso do uso de tampão, é preciso não deixar a criança colocar o tampão e ir pra frente da TV ou do computador. É preciso brincar. Vá jogar bola, vá ao ar livre, o olho mais fraco precisa de estímulos.
Veja aqui algumas dicas para estimular a brincadeira em crianças cegas ou com baixa visão, ideias para brincar com a criança com deficiência visual (Inclusão de Crianças com Deficiência Visual nas Brincadeiras):
– Use toques e voz suaves ao se comunicar com a criança que tem deficiência visual, aproximando sua face do rosto dele para que ela possa percebê-lo e toca-lo.
– Auxilie a criança a conhecer o próprio corpo com toques enquanto nomeia cada parte tocada.
– Incentive que a criança siga em direção ao som de brinquedos ou da sua voz. É interessante ter brinquedos que emitam sons, como chocalhos, bolas e pelúcias com guizos.
– Brinque com a criança com deficiência visual e incentive que outras pessoas também brinquem e interajam com ela. Assim, ela se tornará mais sociável e receptiva, facilitando os relacionamentos interpessoais.
– Imite os sons que seu bebê faz e crie estímulos para que ele possa imita-lo. Isso auxiliará na comunicação.
– Se o bebê ainda não senta, coloque-o de lado para manusear o brinquedo. Invista em brinquedos com texturas diferenciadas, para estimular o tato e a percepção de diferentes objetos.
– Dê objetos à criança nomeando-os e relacionando às possíveis ações que poderão ser feitas com este item. Exemplo: “A bola. Pegue a bola. Chute a bola. Jogue a bola para cima”.
– Procure usar brinquedos contrastantes, coloridos, luminosos, de diversas texturas e tamanhos.
– Propiciar momentos em que a criança manipule e crie espontaneamente jogos a partir da exploração de objetos concretos.
– Brincadeiras com miniatura de objetos, como animais e meios de transportes, possibilitam que a criança tenha uma melhor compreensão de objetos muito grandes ou impossíveis de serem alcançados (casinha com telhado, elefante, caminhão, avião, fogão, geladeira).
– Em jogos com bola, se não for possível ter uma bola com guizo, envolva a bola com saco plástico, assim ela fará barulho enquanto se desloca.
– Salte para o alto. Com a criança agachada, segure em suas mãos e peça para ela se levantar ”bem forte e bem alto”, ajudando com um leve “puxão“ para cima.
Jogos, brinquedos e brincadeiras para fazer com as crianças cegas e com baixa visão
– Brincadeiras de roda: cantigas, parlendas, rimas;
– Meu mestre mandou…Como sugestão, trabalhar o esquema corporal com as crianças, solicitando que coloquem as mãos na cabeça, joelhos, pescoço, cotovelo, barriga, pés, mãos, etc.
– O que é, o que é? Brincar de adivinhação utilizando as mãos para descobrir a textura e formato dos objetos. Materiais como embalagens de xampu, escova de dentes, talheres (colher e garfo), chaves, caneta/ lápis, frutas, etc.
– Vai e vem – Brincar alternando a criança de lugar é um estímulo à coordenação visuomotora
– Fantoches/Dedoches – estes brinquedos estimulam a imaginação, linguagem e o pensamento, além de favorecerem a comunicação e expressão de sentimentos e emoções.
– Blocos de construção: Brincar com blocos favorecem o desenvolvimento da atenção e concentração, associação de formatos e tamanhos, desenvolvimento de movimentos amplos e finos, coordenação visuomotora e noções de equilíbrio. Estes brinquedos também propiciam à criança a satisfação de inventar, construir, desconstruir e transformar, estimulando a criatividade.
– Massa de modelar – Estimula o desenvolvimento da coordenação motora fina e a criatividade.
– Jogo da velha adaptado – Permite interação com quem não tem deficiência visual.
– Jogo da memória tátil: Utiliza a percepção tátil e a memória para reunir o maior número de peças.
– Manter as brincadeiras que incluam brinquedos diversos como bonecas e carrinhos mantém a brincadeira das crianças que não enxergam com as que enxergam, sentindo-se incluídas.
Brincadeiras fáceis de produzir
• Jogo de argolas: Estimula a percepção visuomotora, a identificação de cores para as crianças com baixa visão e a relação número / quantidade. Confecção: Coloque uma porção de areia no fundo de 10 garrafas descartáveis. Corte tiras de papel crepom colorido e coloque uma cor em cada garrafa. Recorte números de 1 a 10 em papel preto ou fita adesiva preta e fixe cada número em uma garrafa. As argolas podem ser confeccionadas com tampas de plástico ou anéis de fitas adesivas que encaixem nas garrafas.
• Jogo de boliche: Estimula a percepção visuomotora, a identificação de cores e a relação número x quantidade. Confecção: Coloque uma porção de areia no fundo de 10 garrafas descartáveis. Corte tiras de papel crepom colorido e colocar em cada garrafa uma cor. Recorte números de 1 a 10 em papel preto ou fita adesiva preta e fixe cada número em uma garrafa. As bolas podem ser confeccionadas com meias velhas. E podem ter guizos em seu interior.
*Dra. Teresa Cristina Michels, especialista em oftalmologia pediátrica do HOSC Graduada em Medicina pela Universidade Federal do Paraná, com Residência em Oftalmologia pelo Centro de Estudos e Pesquisas Oculistas Associados. Pós-graduada em Metodologia do Ensino – Área da Saúde pela Universidade Regional de Blumenau. Especialista em Oftalmologia pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Fellow na Fundacion Oftalmologia Pediatrica,Buenos Aires, Argentina.
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